Um dia para prestar respeito a todos os que já se foram. A tudo que “finou”, ou “findou”, à vida que chegou ao fim. Temos uma data específica no calendário para isso: 2 de novembro é Dia de Finados no Brasil, feriado instituído por lei em 2002 e marco anual significativo para o catolicismo e outras religiões.  
O Dia de Finados, ou Dia dos Mortos, tem seus rituais definidos e conservados por grande parte da nossa população. Em todo país, é um dia em que a homenagem se dá pela visita aos túmulos da família, colocação de flores, velas acesas e oração pelas almas. A Igreja Católica também realiza missas nos dias 1 e 2 de novembro em memória a todos os entes queridos que já morreram.  
A visitação dos túmulos de mártires é uma prática cristã do século II, e a partir do século V a Igreja estabeleceu também um hábito de oração por todos aqueles que já se foram e ficaram esquecidos. Antes disso, há quem diga que a mobilização foi intensa com a chegada do ano 100, pois acreditava-se que o mundo poderia acabar nesta data, e por esse motivo, as rezas precisavam se intensificar a fim de pedir salvação para todas as almas do purgatório antes disso.
Nos tempos seguintes, muitos papas incentivaram um dia de oração por todas as almas, mas foi só no século XIII que o dia 2 de novembro foi estabelecido como específico para isso, um dia após a Festa de Todos os Santos, data que celebra todos os que morreram em estado de graça, mas que não foram canonizados ou que não recebem oração de outras pessoas.
Apesar da data ter suas origens católicas, o mistério que envolve o fim da vida significou algo a ser refletido em muitas culturas ao longo da história. Sabe-se que os astecas faziam homenagem aos seus deuses, entre eles o “Senhor do Reino dos Mortos”. Em outras civilizações antigas, os membros falecidos da comunidade eram homenageados em rituais após o período de colheitas. No Egito antigo, um mês era reservado para celebrar a morte de Osíris, com homenagens nos rios. 
Atualmente, no Brasil, além dos hábitos comuns, temos a famosa Romaria de Finados de Juazeiro do Norte, no Ceará. Neste movimento, fiéis de várias partes do Nordeste e outras regiões seguem em direção ao túmulo do Padre Cícero Romão, patriarca do município. No México, a forte influência católica se mistura com o movimento cultural do “Dia de los Muertos”, e é sinônimo de alegria e cores, com a tradição de se fazer comidas e bebidas que eram apreciadas pelos que já se foram. 
Seja qual for a data, crença ou forma de celebração, refletir sobre a morte é inevitável. Impossível também é não sentir falta dos que já se foram, mesmo passados horas, dias, meses e anos do falecimento. O Dia de Finados, em especial, com suas orações, rituais ou  apenas momentos de recordação, significa um lembrete da finalidade, não necessariamente de maneira ansiosa e alarmante, mas de celebração da vida que já existiu.